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Filmes Etnográficos

Bar do David, Chapéu Mangueira. Clarice Peixoto, 5m20s, 2021.

Este filme apresenta a trajetória de David Bispo, jovem morador da comunidade Chapéu Mangueira, no Leme, que se tornou empresário reconhecido da gastronomia carioca de botequim. O Bar do David foi o primeiro bar de comunidades do Rio de Janeiro a vencer o concurso Comida di Buteco, em 2016. Três anos depois, em 2019, David Bispo abriu uma filial do seu bar na rua Barata Ribeiro, em Copacabana.

Resistir. Pedro Simonard, 20min, 2019.

No dia 31 de dezembro de 2018, dezenas de caravanas, vindas de diversos pontos do Brasil, se reuniram em frente à sede da Polícia Federal em Curitiba para "passar o Ano Novo" com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde abril de 2018.  

Carreadas. Walcler Mendes Jr, Juliana Michaello, Pedro Simonard, Jesana Batista Pereira, 73min, 2017.

Trata-se de um filme centrado nas práticas tradicionais dos carreiros e fabricantes de carros de boi no sertão alagoano. O filme é resultado de dois anos de pesquisa desenvolvida pelo Grupo de pesquisa Nordestanças no sertão e agreste alagoanos.

Saberes de Dona Jorgina. Mariana Leal Rodrigues, 5min, 2016.

Dona Jorgina ensinou muita gente a fazer xaropes, pomadas e sabonetes com plantas medicinais. Ela é uma referência na Associação de Amigos da Rede Fitovida, formada por mais de cem grupos voluntários em todo estado do Rio, que tem como objetivo a preservação e transmissão de saberes sobre plantas medicinais.

Saberes de Dona Jandira. Mariana Leal Rodrigues, 4m20s, 2016.

Dona Jandira é conhecida como uma exímia conhecedora de plantas medicinais. Duas vezes por ano ela se junta a mais uma dezena de pessoas para a fabricação de xaropes e pomadas com plantas medicinais. A pomada milagrosa de São Benedito é feita nos fundos da pequena igreja com mesmo nome no município de Engenheiro Pedreira, na Baixada Fluminense (RJ). O grupo faz parte da Associação de Amigos da Rede Fitovida, formada por mais de cem grupos semelhantes em todo estado do Rio, que tem como objetivo a preservação e transmissão de saberes sobre plantas medicinais.

Poesias de Seu Hermínio. Mariana Leal Rodrigues, 3m30s, 2016.

Hermínio Botelho Cordeiro era agricultor e amava as plantas medicinais. Em 2010, ele declamou algumas de suas poesias no Encontro da Rede Fitovida, associação da qual fazia parte, e que busca preservar e difundir o uso terapêutico de plantas medicinais por meio de receitas de remédios caseiros. Essa é uma homenagem da Rede Fitovida a esse agricultor celeste e poeta.

Suco de inhame. Mariana Leal Rodrigues, 4m30s, 2016.

O delicioso suco de inhame com limão é sempre servido durante o Mutirão de Combate à Desnutrição Infantil, realizado mensalmente na Paróquia São Simão, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. A receita é simples e nutritiva, como ensina Dona Graça do Espaço Solidário Multiervas.

Cavalhada em Alagoas. Julina Michaello, Pedro Simonard e Walcler Mendes Jr, 13m36s, 2016.

Este filme aborda a cavalgada registrada em Igaci, Alagoas, durante a festa da padroeira, Nossa Senhora da saúde, realizada no final de fevereiro de 2016.

IntraMuros. Clarice Peixoto, 35min, 2015.
A entrada em uma instituição asilar não se dá sem traumas. Não é nada fácil trocar a própria morada, símbolo dos investimentos materiais e afetivos realizados ao longo da vida, por um asilo ou casa de repouso. Muitas são as razões para viver em instituição, mas raros são aqueles que decidem nela viver voluntariamente. Este filme apresenta histórias de pessoas que vivem em um abrigo público do Rio de Janeiro.
Vida Real. A política da visibilidade dos catadores de Jardim Gramacho. Maria Raquel Passos Lima, 13min, 2015.

No contexto da realização de um filme ficcional no aterro de Jardim Gramacho, na região metropolitana do Rio de Janeiro, catadores e catadoras representam diante das câmeras. Eles são verdadeiros atores políticos que utilizam o poder das imagens para tentar mudar o futuro incerto: o fechamento do aterro onde a maioria deles construiu suas vidas.

Lambedor Caseiro. Mariana Leal Rodrigues, 9min, 2013.

Dona Inês é agricultora filiada ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Massaranduba, na Paraíba. Mãe de seis filhos e avó de duas crianças, ela aprendeu com suas tias a curar algumas doenças com plantas medicinais e distribui a receita lambedor caseiro. Além de cultivar plantas medicinais em seu sítio, ela produz alimentos sem uso de veneno, conforme os princípios da agroecologia difundidos pelo Polo Sindical da Borborema, em parceria com ONGs e os sindicatos locais. 

Cirandeiros da Paraíba. Mariana Leal Rodrigues, 6min, 2013.

Mestre Odilon e sua família são os tocadores de ciranda mais conhecidos de Massaranduba, no agreste paraibano. Essa variedade de ciranda, mais acaboclada, é típica da região e tocada em festas religiosas e profanas.

Mutirão do Lote XV. Mariana Leal Rodrigues, 12min, 2013. 

Uma vez por mês, dezenas de crianças que vivem nas proximidades da Paróquia São Simão, no Lote XV, em Belford Roxo, são pesadas e medidas com o auxílio de uma equipe de voluntários do Espaço Solidário Multiervas, e recebem um apoio especial para cuidar da saúde. Elas produzem remédios caseiros, xaropes, sabonetes e pomadas, a nutritiva multimistura e o leite forte. As mães encontram acolhimento e conversam sobre como melhorar as condições de saúde de suas famílias.

Partilhando os saberes: encontros da Rede Fitovida. Mariana Leal Rodrigues, 17m40s, 2013.

Ao longo de 2013, a Associação de Amigos da Rede Fitovida, que tem como objetivo preservar e difundir saberes sobre cuidados de saúde com plantas medicinais, realizou uma série de atividades. O filme apresenta as principais discussões entre os mais de cem grupos que participam dessa organização. A Rede Fitovida foi apoiada pela Secretaria Estadual de Cultura do Rio de Janeiro para a criação do ponto estadual e cultura Casa de Memória da Rede Fitovida, localizada em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.

Roberto DaMatta e seus carnavais, malandros e heróis. Clarice Peixoto, Mariana Leal Rodrigues e Bárbara Copque, 40min, 2013.

Roberto DaMatta relata os principais acontecimentos de sua carreira e vida pessoal, apontando para passagens e travessias que mais marcaram sua biografia, com o humor e a acidez que lhe são característicos. O filme focaliza tanto na persona do antropólogo fluminense quanto nas reflexões produzidas em sua ampla obra.

Farmácia Verde do Sertão. Mariana Leal Rodrigues, 9m30s, 2012.

No agreste da Paraíba, as mulheres cultivam plantas medicinais e hortas nos arredores de casa mesmo na época da seca. Há 14 anos os sindicatos de trabalhadores rurais do Planalto da Borborema, em parceria com ONGs, constroem cisternas para armazenar água da chuva. O filme mostra o cotidiano da agricultora Maria Isabel que aprende e ensina como cuidar da saúde em oficinas e visitas para troca de experiências.

Oficina de xarope e pomada da Comunidade São Benedito. Mariana Leal Rodrigues, 6m30s, 2012.

As receitas são antigas e se renovam duas vezes ao ano quando os moradores da comunidade de São Benedito se reúnem para produzi-la, em Japeri, na Baixada Fluminense. Nos fundos da pequena igreja cerca de quinze pessoas escolhem plantas, mexem as panelas e distribuem o remédio para quem precisa. As oficinas de São Benedito são conhecidas por adotarem o ‘jeito antigo’ de fazer remédios. As ‘agentes do conhecimento tradicional’, como se autodenominam, fazem parte da Rede Fitovida, que tem como objetivo preservar e transmitir os saberes sobre plantas medicinais, e reivindicar o reconhecimento de seus saberes como patrimônio imaterial.

Guarani, Kaingang, Xokleng… Rafael Devos e Marcos Alexandre Albuquerque, 18m15s, 2011.

Documentário produzido no contexto do curso de Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica (UFSC). Acompanha a montagem da exposição "Memórias e Atualidades ao Sul da Mata Atlântica" feita pelo Museu Universitário Oswaldo Rodrigues Cabral (UFSC) em parceria com os alunos do curso.

Ilha Grande em outros tempos. Clarice Peixoto, 40min, 2010.

Percorrendo as ruínas da penitenciária da Ilha Grande e reconstruindo os fragmentos da memória de alguns daqueles que viveram os tempos do cárcere (ex-detento, agentes penitenciários, policiais), este vídeo procura evocar uma história marcada pelo aprisionamento e pela violência, que ainda permanecem no imaginário coletivo.

Promessa Pankararu. Marcos Alexandre Albuquerque e Maria das Dores Conceição Pereira do Pardo, 13min, 2009.

Vídeo etnográfico que mostra um pouco da cultura religiosa dos indígenas Pankararu. Eles se concentram em duas áreas indígenas (TI Pankararu e TI Entre Serras) no sertão de Pernambuco e, hoje, quase 2000 moram na cidade de São Paulo, para onde eles vêm migrando desde os anos 1940. Os Pankararu realizam na sua aldeia em Pernambuco uma série de antigos rituais cheios de interdições e que não podem ser filmados na sua totalidade. Este vídeo apresenta, portanto, parte dessa cultura religiosa específica dos Pankararu. Como centro desse sistema religioso indígena estão presentes os Encantados, que são entidades que não passaram pela morte, mas se encantaram e promovem a saúde e o bem estar da comunidade. A eles são feitas promessas quando uma pessoa e, principalmente uma criança, fica doente.

Gisèle Omindarewa. Clarice Peixoto, 70min, 2009.

Gisèle Cossard, francesa e mãe de santo no candomblé do Rio de Janeiro, pertence à burguesia parisiense (pai militar e professor, mãe concertista) e vive há muitos anos na Baixada Fluminense (RJ). O filme reconstitui a sua trajetória através das lembranças da infância e juventude, da participação na resistência francesa ao lado do pai, de sua vida africana como mulher de diplomata, a iniciação no candomblé nos anos 1960 e, principalmente, de sua atuação como mãe de santo. São momentos de sua história individual que se cruzam com a vida coletiva no terreiro de Santa Cruz da Serra.

Prêmios

Melhor documentário do III Festival do Filme Etnográfico de Recife, 2011.

Melhor Edição do III Bahia Afro Film Festival, 2010.

Ciclo dos Caixotes. Ângela Taddei, César Carvalho, Diana Dianovsky, Mariana Leal Rodrigues, Sandra Costa e Thiago Passos, 5min40s, 2009.


As desprezadas caixas de madeira, que movimentam o comércio de legumes e hortaliças no Mercado Municipal do Rio de Janeiro, entram em cena para revelar o processo de circulação e as relações sociais que envolvem.

 

São Paulo. A Terceira Margem Pankararu. Marcos Alexandre Albuquerque, 24m17s, 2008/2009.

Vídeo etnográfico produzido pela Associação SOS Comunidade Indígena Pankararu, com recursos do PROAC (Programa de Ação Cultural do Governo do Estado de São Paulo). Constitui-se de um manifesto estético-político, abordando a presença dos indígenas Pankararu na cidade de São Paulo. Oriundos de Pernambuco, os Pankararu começaram a migrar para a capital paulista em busca de trabalho e fugindo da seca e da violência do campo, fruto das disputas fundiárias entre os indígenas e o latifúndio. Os Pankararu estão na sua maior parte concentrados numa favela no bairro nobre do Morumbi (Real Parque). Em 1994 eles fundaram esta como forma de pressionar aos órgãos públicos e conseguir apoio de entidades privadas no cumprimento e efetivação de seus direitos diferenciados como indígenas, recorrendo ao apoio de suas lideranças na aldeia em Pernambuco. Eles passaram a organizar apresentações de um importante elemento de sua cultura religiosa tradicional: a máscara de dança praiá. O vídeo aborda a construção dessas máscaras, mostrando como a visão estereotipada que a sociedade nacional tem do indígena é usada de forma contra hegemônica pelos Pankararu. Tais apresentações dão visibilidade às suas demandas e constroem um espaço de mobilização étnica e política, ausentes no circuito cultural, educacional e político da cidade de São Paulo. Este vídeo pretende mostrar a antinomia entre as demandas políticas dos indígenas e a busca de exotismo pela população paulista.

Etienne Samain. De um caminho a outro. Clarice Peixoto, 35min, 2008.

Etienne Samain, antropólogo belga e apaixonado pela fotografia, veio para o Brasil em 1973, como membro da Igreja Católica. Este filme-portrait mostra os caminhos que trilhou desde o seminário na Bélgica até se instalar na Unicamp: as escolhas profissionais e pessoais que marcaram sua trajetória. 

Eu Venho do Mundo. Marcos Alexandre Albuquerque e Edson Nakashima, 15min, 2008.

Eu Venho do Mundo narra a organização autônoma dos povos indígenas que vivem na cidade de São Paulo. São Paulo é hoje a quarta maior cidade do mundo e segue em seu processo de transformação recebendo um grande numero de grupos étnicos de diversos estados do Brasil. A maior parte dessa população é vítima de invasores de seus territórios tradicionais e de uma política nacional que beneficia o agronegócio e as empresas multinacionais. Vindos principalmente do nordeste do Brasil os povos indígenas hoje na grande São Paulo somam quase 60.000 pessoas. De forma autônoma essa população vem ao longo da década de 1990, e, principalmente a partir do ano de 2008, se organizando em associações a fim de pressionarem os órgãos públicos para o cumprimento da gama de direitos indígenas garantidos na constituição paulista e federal, além de acordos e convenções internacionais das quais o Brasil é signatário.

Curandeira é a vovozinha. Mariana L. Rodrigues, 22min, 2007.

O filme mostra as motivações e a função social de um grupo que produz remédios feitos com ervas medicinais e os comercializa a preço de custo. O Grão de Mostarda, localizado em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, faz parte da Rede Fitovida formada por 108 grupos distribuídos pelo estado do Rio de Janeiro. São mulheres idosas de camadas populares que trocam suas experiências em encontros organizados para garantir a transmissão do conhecimento sobre uso e manipulação de plantas medicinais. Elas reivindicam o reconhecimento desse saber popular sobre plantas medicinais como patrimônio imaterial.

Interseções. Marcos Alexandre Albuquerque, 14min, 2007.

Interseções é um vídeo sobre antropólogos que, durante a pesquisa de campo, fizeram uso de plantas psicoativas. É também um vídeo sobre as diferentes formas de dedicação e envolvimento com o trabalho, com as pessoas e com as plantas psicoativas. Interseções são estes cruzamentos, encontros e distanciamentos sobre a experiência de cada um dos antropólogos entrevistados. É um vídeo feito por um antropólogo que estudou o uso ritual de uma planta psicoativa (jurema) entre grupos indígenas no nordeste do Brasil. Assim, é um vídeo que pede a presença de outros espaços e outro tempo para se explicar. Por trás de cada experiência (incluindo a pessoa atrás da câmera), há interseções que permitem construir uma narrativa, interseções são as recorrências, o tema geral. Por isso a narrativa fílmica tem a intenção de comunicar um tipo de exercício ético, teórico e existencial que está propriamente dado ao antropólogo devido ao seu ofício: o de fazer e refazer suas aproximações e distanciamentos entre teoria e prática, objetividade e subjetividade, enfim, de fazer inúmeras interseções como condição de um saber.

Outro Sentido. Érica Quináglia Silva, Marcos Alexandre Albuquerque e Tales Nunes, 17min, 2006.

Outro Sentido é um vídeo etnográfico feito por antropólogos que tematiza a própria etnografia. Há três partes implícitas no filme que podem ser entendidas como três momentos da “aventura antropológica”: a dúvida sobre o que se pode realizar com o referencial teórico da antropologia e como sua solução está relacionada à escolha de “objetos” de estudo ligados à subjetividade do pesquisador; a aventura, o momento do trabalho de campo e as transformações por que passam nossa subjetividade; e o retorno, momento em que as dúvidas iniciais se apresentam de outro modo, com outro sentido, em que o “objeto” sofre uma reflexibilidade, momento em que nos tornamos um “espelho do outro”, onde está ininterruptamente presente um fluxo de conhecimento e afetividade. Outro Sentido é sobre a reflexibilidade do “ofício do antropólogo” e é também um filme circular, reflexivo. Com uma montagem "surrealista", o tema que se desdobra no filme é o próprio filme, e as narrativas sobre o processo de construção do outro/pesquisador são também o processo de sua montagem, nossa “catarse”. Outro Sentido, ao tematizar a reflexibilidade sobre o “outro” e sobre “nós”, é, pode-se dizer, um filme espelhado.

 

Oi, que Prazer, que Alegria Kapinawá. Marcos Alexandre Albuquerque, 30min, 2006.

Este vídeo conta a história da mobilização política dos índios Kapinawá (Buíque - PE) contra grileiros de suas terras, em especial a Mina Grande, sede da etnia. Registra a memória do ingresso de dois personagens (um índio Kambiwá e um Xucuru) que revitalizaram o ritual do Toré como forma de aglutinar a comunidade para a luta contra os latifundiários e estabelecer certo consenso sobre a identidade reivindicada de indígenas. O tema central do filme é a constituição do Toré. Mostra o ingresso deste ritual na comunidade, a recuperação do elemento laico e lúdico do samba-de-coco (dança e música) por este espaço sagrado e a criação de novos toantes (cânticos indígenas) e sambas de caboclos (como chamam as músicas criadas pela mistura de toantes com sambas-de-coco). É dada ênfase ao mecanismo nativo de composição de novas músicas, onde se destacam algumas categorias classificatórias étnicas relacionadas ao universo do sagrado e do coreo-musical.

Prêmios

Menção Honrosa: MEC/IPHAN - Mostra Internacional do Filme Etnográfico- RJ

Júri Popular: Prêmio Pierre Verger Associação Brasileira de Antropologia (ABA)

Salve Jongo! Pedro Simonard, 25min, 2005.

Para evitar o desaparecimento do jongo no morro da Serrinha, Mestre Darcy criou um grupo profissional. A estratégia foi tornar o jongo espetáculo, e realizar aulas de jongo para um público mais amplo, com a intenção de torná-lo um gênero musical da MPB. Mas, o processo de espetacularização levou o grupo Jongo da Serrinha a abandonar elementos tradicionais, introduzindo inovações. Este documentário aborda as estratégias de preservação e transmissão do jongo desenvolvidas por Mestre Darcy e o Jongo da Serrinha.  

Meu Atikum. Marcos Alexandre Albuquerque, 9min, 2005.

Vídeo etnográfico que conta a história da organização dos índios Atikum (sertão de Pernambuco) contra a invasão, por criadores de gado, de suas terras mais produtivas, a Serra do Umã. Na década de 1940, após inúmeras investidas de latifundiários apoiados pela prefeitura da cidade de Floresta, os caboclos da Serra do Umã, através de alguns de seus moradores refugiados na Serra Negra (área indígena Kambiwá), tomam conhecimento dos direitos sobre o território tradicional que o Estado brasileiro concede às populações indígenas. O órgão governamental exige a apresentação do ritual do Toré como símbolo legitimador da distintividade étnica indígena do Nordeste do Brasil. Os caboclos da Serra do Umã convidam alguns índios Tuxá para ensinarem o Toré (dança e música) e as práticas religiosas que formam seu conteúdo simbólico. O vídeo resgata a memória e a história da emergência da identidade indígena da comunidade da Serra da Umã e a produção de seu etnônimo. Ele também localiza elementos da cultura ritual Atikum na realização do toré, no preparo da jurema e no espaço sagrado da Pedra do Gentio. Tais elementos rituais são contrastados com a produção de uma fronteira entre os Atikum e a população local. Outro tema que recobre o filme é a crítica nativa ao chamado "descobrimento" do Brasil, e a argumentação em torno da descendência dos Atikum como herdeiros dos "índios bravios", a população indígena ancestral que habitava o território brasileiro até o contato com o europeu há 500 anos.

Prêmios

Xanduca de Angico (Abordagem Etnográfica), AVAL (Antropologia Visual em Alagoas) no I Encontro de Antropologia Visual em Alagoas, 2006.

Bebela e a revolução gaúcha de 1923. Clarice Peixoto, 40min, 2004.

Ao longo dos seus quase 102 anos Bebela guardou na memória os acontecimentos da revolução gaúcha de 1923, da qual ela participou ao lado do pai e do marido, em Cruz Alta, sua cidade natal. Durante mais de 10 anos, registrei os relatos de minha avó sobre a importante participação feminina nesta revolta, revelando a singular atuação das mulheres nos episódios políticos brasileiros. Muitas fotografias e recortes de jornais animaram nossas conversas, entrelaçando assim os fragmentos de sua memória.

Jurema: Raízes Etéreas. Marcos Alexandre Albuquerque, 40min, 2003.

Registro da história e dos usos contemporâneos da “jurema” (Mimosa tenuiflora) através das práticas rituais de grupos indígenas do Nordeste, do Catimbó, da Umbanda, do Maracatu Rural e da internacionalização da “jurema” como enteógeno. É dado enfoque aos valores, a memória, a transmissão do conhecimento, e a interessante recorrência das experiências místico-religiosas nesses diversos grupos.

Prêmios

 Manuel Diegues Júnior, Mec/IPHAN, na Mostra Internacional do Filme Etnográfico, RJ-Brasil.

Menção Honrosa no Prêmio Pierre Verger da Associação Brasileira de Antropologia (ABA).

 
 
Em busca do pequeno paraíso. Clarice Peixoto, 20min, 1993.

Em Paris, para escapar da solidão, duas senhoras se encontram na praça, vão às compras e ao café. Ao assistirem as imagens das práticas de sociabilidade dos velhos cariocas (vôlei, baile na praça e jogo de cartas), elas lembram a juventude e falam sobre a velhice e suas dificuldades.

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